Despedida

Já ando sentindo uma saudade enorme.

 Mas não de você, nem mesmo dos momentos em que estava contigo. Sinto muita saudade de mim antes de te conhecer.
Agora que você se vai, viverei nesse estado permanente de anestesia e melancolia, tudo tão nublado, tudo tão frio e sem gosto e até a cama tá dura demais para dormir.
Acuse-me de que eu era só uma armadura inabitada até te conhecer, mas eu sei que era completo antes, e talvez até feliz na resignação da minha pessoa. 


Então você chegou, inundou meu âmago e tomou todo o espaço pra depois ir embora e me deixar vazio de verdade.
Admitirei aqui que a culpa não é toda sua, afinal quem se deixou levar pela paixão também fui eu.
Mas como poderia evitar?
Você tinha um magnetismo que me atraía, uma pessoa cheia de vida, quem sabe a que eu precisasse pra reacender minhas emoções.
Mas não, não era quem eu precisava. Eu não posso acompanhar seus passos, meu andar é menos apressado e mais despreocupado...
Diga você que nasci na época errada, ou que sou um velho homem encarnado em um menino, e que o nosso tempo no mundo é precioso.
Bem, saiba que a vida não é curta, é a coisa mais longa que você jamais fará. Pra que pressa em chegar ao fim?
Mas vai, pode ir. Me espera lá no final. Apenas advirto que até lá, suspeito que o meu velho eu já terá ficado para trás.
Ainda assim, caso tropece na corrida, sempre vou estar por aqui pra te dar a mão e te ajudar a ficar de pé.

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