Sortilégio (Parte 3 de 7)

Ele estava envolvendo profundamente seus sentimentos naquela relação com a moça do Brooklin Novo.
Ela porém, não alimentava com o mesmo ardor essa paixão, e apenas um morno clima rodeava seu coração sem uma brasa sequer a queimar.
Curiosamente, o que encantava a ele era o jeito um pouco distante dela, que tomava equivocadamente por uma personalidade misteriosa.
E ela sem intenção o seduzia ainda mais, mas o rapaz do Jardins era um sonhador, e se atirara inconsequente ao jogo da conquista, enquanto ela não daria jamais saltos os quais ela estivesse incerta quanto.


Esta relação era um destes saltos. O sonhador parecia aquém da expectativa a qual ela se submetera, ou além? Não gostava de arriscar-se, e o distanciamento dava uma ideia de sensatez, ao menos a ela.
A inocência que habitava a alma do rapaz o permitia sempre encarar os novos amores com olhos sem vícios. Se por um lado ele sempre amava com afinco, também era incauto, a ponto de sofrer as mesmas decepções. Não cabe a mim todavia julgar o melhor entre ser contido ou irreprimido, tratando da intensidade das emoções.
Sempre cautelosa hoje, mas não naturalmente, pois infelizmente (ou felizmente) a vida trata de mudar as pessoas. A desconfiança quanto à confiabilidade dos homens é mais um fruto dos inúmeros desamores, outro enredo tão comum... E invariavelmente cá está ela.
Mas eu torço para que entre alguns vais e voltas ela venha a compreender que, desta vez ele é o cara certo...

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